TV on The Radio - Nine Types of Light


Me apaixonei depois de escutar a “Crying” que nem dá tanta vontade de chorar assim e me obcequei pra valer, mesmo, depois do “Dear Sciense”; melhor disco do Lo-Fi que já escutei na vida! Aí vieram as semelhanças perturbadoras assim que conheci os amigos do The National. Até achava que o Matt Berninger fazia umas participações especiais escondidas e tal. Desencanei quando vi o primeiro vídeo deles ao vivo. Pois então, eu quis revisar esse disco, o último que saiu, porque nunca testemunhei uma transposição sentimental tão estrondosa, visceral, estraçalhadora e prodigiosamente descomunal em matéria de coração. O motivo: a morte do baixista da banda Gerard Smith, nas gravações do disco em questão. Diagnosticado com um câncer em fase terminal no pulmão, o último pedido de Smith foi que seus amigos terminassem as gravações e o deixassem ouvir antes de sua morte. O sofrimento de todos que participavam da rotina da banda em estúdio foi determinantemente reverberada em “Nine Types of Light”, um dos discos mais carregados que já escutei. O ápice se encontra entre as faixas “Will Do” e “Killer Crane”, principalmente em “Killer Crane”. Que música sensacional, que feeling. Contudo, a diferença de humor desse álbum só se torna notória se escutarmos os anteriores e entendermos a dedicatória à Gerard Smith presente aqui, mesmo que intimamente. A grande atipicidade, aqui, é encontrar um TV on The Radio melancólico, quase inércio e inferente à mensagens de amor e esperança em suas composições. Em contraposição à essas diferenças; um álbum expressivo, intimista, deliberadamente humano e sensível, como de costume.

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