Foo Fighters - Wasting Light

Li alguns reviews de uns caras metidos a besta como eu, porém um pouco mais chatos e burros, ainda assim. O resultado, claro, foram as risadas e os palavrões de sempre. Pois bem, procurei uma maneira de falar desse disco sem me exaltar demais em elogios e. Falhei miseravelmente, pra variar. A decorrência desse disco já era mais que lógica e prevista; três dos quatro nirvana players de volta em um disco só, 17 anos depois da disseminação de uma das bandas mais influentes da historia da Grunge Music ao lado de Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains. "Wasting Light" vem com o mesmo desespero e a mesma afobação esquecida pelo grupo desde o “In Your honor” de 2005. O que mais me chamou atenção foi a regressão e a aversão à linearidade no que diz respeito à lógica evolucionista no trabalho de todo artista. Quero dizer que a última coisa que um artista ou uma banda pensa é em gravar numa garagem depois de tocar pra 85 mil pessoas no Wembley Stadium. Não que o disco tenha sido gravado em uma garagem, propriamente dita. Não. Mas soa como tal, do começo ao fim. Toda a temática construída pela banda até então cai por terra e volta ao inicio de tudo. Podendo, assim, chamarmos de a “Regressão Foo Fighters”. E quem disse que isso é algo desprezível? Nada é desprezível ou deconsiderável vindo desses caras. A volta às raízes do pós-grunge imaturo e afobado do meio da década de 90 se faz presente aqui, com força. Um dos responsáveis é Buth Vig, nada mais nada menos que produtor de um tal de "Nevermind" (...) O trabalho marca a volta de Krist Novoselic e, talvez, a confirmação concreta da reintegração de Pat Smear como guitarrista de apoio ao elenco. Embora a mesma ladainha de estigmatizar Dave Ghrol como mentor e peça que faz a diferença se repita incessantemente. Eu acho ainda que o disco é do Taylor Hawkins. Aliás, o compacto deveria se chamar Taylor Hawkins & Foo Fighters; fazendo uma analogia a seu trabalho solo. Audacioso demais fazer tal afirmação, mas é que talvez a bateria desse disco não tivesse o mesmo brilho nem mesmo com Dave à frente da mesma. Não obstante, a audição segue-se rápida e agitada, despercebendo, assim, o final. É que as músicas estão tão frenéticas e intensas que não há nada descartável. Por isso acaba com uma impressão de que poderia haver algo mais. Esse foi o pós-grunge mais consistente que já escutei, mesmo diante de toda a regressão e irregularidade dos autores. Regressão e irregularidade estas que, se não presentes, "Wasting Light" não estaria nem a metade do que está. Melhor disco do ano, até agora. Desculpa aí, Thom Yorke.

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Frejat - Amor Pra Recomeçar

A dinâmica é simples: Nada de Barão Vermelho aqui, por favor. Nada de Barão Vermelho e Cazuza, nada de Cazuza Feelings, nada de Rodrigo Santos e Barão Vermelho e nada de qualquer outra coisa que, por ventura, venha associar-se a Barão Vermelho. “A franqueza é a alma do negócio” – Por Minha Mãe. Esse disco é a prova escancarada de que a rebeldia e a porralocagem musical da década de 80/90 em relação a bandas como Paralamas, Titãs e Legião Urbana está morta. O Romantismo é a bola da vez no que diz respeito a Compositores solos que já pertenceram ao “G4” das bandas mais influentes na historia do Rock Nacional. O Frejat acertou o pulo nesse disco. Colocou até uns sambinhas e tal. Eu gostei, até. O começo vem carregado de sentimentalismo e palavras de amor, exageradamente. Depois, do meio pra o fim, as guitarras entram em execução, efetivamente, com uma afinação mais leve e menos carregada. Só ouvindo mesmo pra entender. Não obstante, a voz característica do compositor se faz presente do mesmo jeito, assim como a 20 ou 30 anos atrás, impressionantemente. Destaque pra “Amor Pra Recomeçar”, “Segredos” e “Quando o Amor Era Medo”. Ambas introduzindo o álbum. Eu gosto mais do Frejat solo do que atualmente, com o Barão Vermelho. Claro que a atual formação tem resquícios notórios em relação à influência da carreira solo do compositor. Mas não é o suficiente. Pra mim falta alguma coisa que se faz presente apenas no trabalho em questão. Contudo, com um inicio arrebatador e um final tímido, porém intimista “Amor pra Recomeçar” tem minha aprovação. E não; isso não é algo expressivo. É apenas minha aprovação.

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Arnaldo Antunes - Arnaldo Antunes ao Vivo Lá em Casa

Eu comecei a gostar do Antunes depois dos “Tribalistas”. Um Gênio, esse cara. E quem sabe não foi melhor mesmo ter seguido carreira solo. A liberdade musical é que desencadeia a essência do artista, afinal. Arnaldo Antunes, hora sambista, hora Folker, hora Chico Buarque, hora Arnaldo Antunes. Totalmente atípico no que faz e intrigante no que transmite, musicalmente falando. O disco em questão: Vamos lá. As instruções estão no título. A gravação quase que caseira e totalmente livre de quaisquer efeitos de masterização titulam o “Ao Vivo Lá em Casa” como um dos discos mais naturais e transparentes da Música Popular Brasileira. E outra: A preocupação em tornar o disco compacto e breve não existe. O mesmo é composto por vinte e cinco faixas. Se faz jus a uma espécie de compilação dos melhores hits da carreira do compositor. Várias obras se fazem presentes aqui. Completíssimo e demasiadamente viciante. Contudo, o disco conta ainda com participações especiais como: Erasmo Carlos, demônios da Garoa, Fernando Catatau e Jorge Bem Jor. Além da participação efetiva como guitarrista e back vocal de Edgard Scandurra; Ex-integrante da banda “Ira!”, bem como compositor solo, também. O trabalho me lembrou bem Marcelo Camelo, que diga-se de passagem, tá com trabalho novo vindo por aí. Enfim, pra quem não conhece o Antunes, comecem por esse disco aqui, que soa como uma espécie de Perfil ao vivo. Previsível se tratando de obras passadas de Arnaldo Antunes e, imprevisível, também se tratando de Arnaldo Antunes.