TV on The Radio - Nine Types of Light


Me apaixonei depois de escutar a “Crying” que nem dá tanta vontade de chorar assim e me obcequei pra valer, mesmo, depois do “Dear Sciense”; melhor disco do Lo-Fi que já escutei na vida! Aí vieram as semelhanças perturbadoras assim que conheci os amigos do The National. Até achava que o Matt Berninger fazia umas participações especiais escondidas e tal. Desencanei quando vi o primeiro vídeo deles ao vivo. Pois então, eu quis revisar esse disco, o último que saiu, porque nunca testemunhei uma transposição sentimental tão estrondosa, visceral, estraçalhadora e prodigiosamente descomunal em matéria de coração. O motivo: a morte do baixista da banda Gerard Smith, nas gravações do disco em questão. Diagnosticado com um câncer em fase terminal no pulmão, o último pedido de Smith foi que seus amigos terminassem as gravações e o deixassem ouvir antes de sua morte. O sofrimento de todos que participavam da rotina da banda em estúdio foi determinantemente reverberada em “Nine Types of Light”, um dos discos mais carregados que já escutei. O ápice se encontra entre as faixas “Will Do” e “Killer Crane”, principalmente em “Killer Crane”. Que música sensacional, que feeling. Contudo, a diferença de humor desse álbum só se torna notória se escutarmos os anteriores e entendermos a dedicatória à Gerard Smith presente aqui, mesmo que intimamente. A grande atipicidade, aqui, é encontrar um TV on The Radio melancólico, quase inércio e inferente à mensagens de amor e esperança em suas composições. Em contraposição à essas diferenças; um álbum expressivo, intimista, deliberadamente humano e sensível, como de costume.

Beirut - The Rip Tide

Depois do excelente “The March of Zapotec” e do patinho feio “Realpeople – Holand”, Zach Condon extrapola, de novo em “The Rip Tide”; novo compacto do folker boa praça e cérebro do Beirut. A genuinidade do “The Flying Club Cup” que havia se perdido desde o “Gulag Orkestar”; melhor disco deles, em minha singela opinião, finalmente retorna num disco que homenageia, até sua cidade natal em “Santa Fe” - título do single e homônimo de sua cidade. Pois é, o Beirut voltou. E voltou com as mesmas cornetinhas determinantes e essenciais em toda a obra, com as sanfonas em demasia e com o vocal ora cabalístico, ora tímido, mas sempre intimista e conciso no que diz respeito à importância trivial de toda a estrutura do grupo. Houveram muitas críticas em relação à ordem das músicas e ao tempo de duração da audição do disco. Quanto à ordem das musicas no disco, nem me atrevo a opinar. Porém, quanto ao tempo de duração do compacto é necessário entendermos que, tudo que é bom, dura pouco. O ditado é clichê e bem pobre, mesmo. Mas clarifica toda a indagação quanto à rapidez com que passa o “The Rip Tide”. Acontece que o compacto em questão é tão belo e sereno que escutamos sem preocupação alguma e, quando nos damos por nós, o disco já acabou. O belo está no simples, afinal. Em contra posição às mesmas críticas anotadas ao “The Rip Tide”, podemos citar o extenso “Illinois” de 22 faixas do Sufjan Steves; outro compositor norte-americano da mesma patota de Zach. Discos mais demorados que esse só mesmo os do Rogers Waters e cia. É que, não obstante à tudo o que se ponderou aqui, há discos de excelência indiscutível por aí, só que tão extensos que se tornam enfadonhos. Contudo, as nove faixas de “The Rip Tide” externa pela milésima vez a essência do Beirut e acaba com a angustia de um hiato necessário para que Zach jogasse fora de vez as pick-ups do último EP e voltasse a fazer folk music de verdade. Excelente “The Rip Tide”, excelente por regra, se tratando de Beirut e previsivelmente excelente se tratando de Zach Condon.

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Kvelertak - Kvelertak

A única coisa que sei sobre esses caras é que são alcoolatras, noruegueses e que o baterista; que, toca pra burro, é fã de Motorhead. Então, eu achei esse compacto meio que na cagada, aqui. Peguei um monte de discos com um amigo meu há um tempo atrás. No começo do ano passado... Quando olhei, de primeira eu achei a capa bem legal, daí pensei que era um folkzinho clichê desses que escuto aqui e tal. Quando pus pra ouvir, logo de cara, já escutei um grito furioso do pessoal, parecendo ecoar o nome da banda: Kvelertak! Coisa de adolescente, mesmo. Mas que disco legal de escutar, Deus me livre. As guitarras são tão consistentes que ofuscam quase que por completo os guturais furiosos do vocalista; um barrigudo meio de mal com a vida. O auge do disco chama-se “Blodtorst” e “Offernatt”, ambas bem no meio, mesmo. Com solos abusivos e as guitarras mais pesadas que eu já vi na face da terra. O álbum todo, a todo o momento, instiga você a xingar enquanto escuta. Mas se bem que, os sons da Noruega e da Alemanha costumam ter a fama de serem bem headbangers, afinal. Eles abusam da melodia e o acréscimo de tudo enquanto parece não ter fim. Parece até que as músicas são infinitas e que a todo final de um refrão vem sempre algo maior pra continuar a sequência. Eu e metade da Europa ocidental não conseguimos rotular o que possa ser o som desses caras. Mas o choque e a queda pra trás ao escutá-lo é dada como certa à quase todo mundo que goste de Metal Hardcore. O que eu achei mais legal é que não nota-se pedal duplo por parte da bateria, além do mais, as passadas são rápidas, mas não breves; se estendem até o final do riff, causando assim uma enorme impressão de continuidade e empolgando ainda mais quem escuta. O primogênito da banda já vem com status de 3º ou 4º disco por sua consistência e elaboração. É digno esperar o segundo com, no mínimo, expectativa e ansiedade.

Queens of The Stone Age - Era Vulgaris

Quem nunca achou imaturo, frenético, amador e demasiadamente amador os trabalhos anteriores ao Songs For The Deaf!? E quem nunca achou que Queens of The Stone Age realmente fosse exatamente e escrachadamente o citado há pouco? Ou que talvez, antes da imaturidade do Queens jazesse por trás a imaturidade da Stone Music como vertente? E que talvez, ainda, a Stone Music seja a abordagem musical que mais se aproxima do lendário Grunge de Seattle que bandas pertencentes ao G4 da época teimam em tentar revive-lo sem êxito algum, como o Soundgarden de Chris Cornell e cia, Alice in Chains e por aí vai. Pois então, o fato é que Queens of the Stone Age, Kyuss, Eagles of Death Metal, Corrosion Of Conformity e outras bandas ícones do Stoner Rock não seriam essas mesmas tais bandas sem a testosterona, o amadorismo e a imaturidade presentes em quase que todas suas obras. E a quem ache péssimo o que eu digo aqui: ouça o “Rated R”. Quer disco mais amador que aquele? Em contraposição, o sentimento e as notas encaixadas no lugar certo, mesmo que repetitivas tornam um dos melhores, quiçá o melhor disco da banda. Eu adoro Queens of The Stone Age e o que seria defeitos em outros artistas, neles são qualidades e características indissociáveis ao sucesso do grupo. Logo se abstendo a todos esses rótulos, eis o Era Vulgaris. Disco retratante quanto à velhice de Josh Homme vem com peso e bem mais elaborado no que diz respeito à harmonia instrumental. As músicas estão mais carregadas e menos dançantes, é digno... Porém bem menos repetitivas e menos “garage”, também. Eu, particularmente, gosto mais da “Misfit Love”. Pra mim é a música que dita toda a temática do disco, e sempre começo a ouvir o álbum por ela, seguida de “River in The Road”. Contudo o término é excelente com “Sick, Sick, Sick”, single do disco e “Turning on the Screw” pra fechar. É óbvio e delusório que quase ninguém consiga gostar de Queens começando por esse álbum. Por isso, é conveniente escutar o Lullabies to Paralyze primeiro, pra amaciar e tal. O processo de audição dos discos do Queens funciona de forma bem gradativa, mesmo. Tem que ter paciência e, principalmente o ouvido refinado.

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Deerhunter - Microcastle

A respeito do “Microcastle”, o psicodelismo pós-moderno come solto junto à abordagem meio que experimental presente em todos os trabalhos do grupo. Os vocais; hora femininos, hora masculinos, são sutis e intimistas. A coisa com os efeitos das guitarras e dos sintetizadores também é bem expressiva, sabe? Bem psicodélico mesmo. Há quem diga que não, mas eu acho esse disco a cara do Rogers Waters. Eu peguei o "Microcastle" por indicação de um amigo meu e detestei , logo de cara. Cheguei até a exclui-lo aqui do HD. Então eu vi a “Nothing Ever Happened” em um seriado de TV. Levei um susto quando descobri que se tratava da mesma banda que eu tinha jogado fora a uns meses atrás. Desde então, viciei nesse disco. O único do grupo que gostei, diga-se de passagem. Pois então, a temática aqui é simples: Basicamente baseia-se em efeitos psicodélicos e experimentais que dão vazão a todo o trabalho. Ao contrário de outros, nesse álbum, para se gostar de primeira, é preciso acertar na audição. Recomendo então que comecem ouvindo por: “Agoraphobia”, seguida por “Never Stops” e "Nothing Ever Happened”; essa última, citada agora a pouco. No mais é isso. Ouvir o “Microcastle” é muito difícil e mais da metade das pessoas que conheço não gostaram na primeira audição. É que o “Deerhunter” é pra se gostar depois de um tempo, mesmo. Você escuta a primeira vez, odeia, escuta da segunda, socializa, escuta a terceira e ama. Que nem John Frusciante.

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The Strokes - Angles

Os Strokes de Julian Casablancas, dos New Wave setentistas, dos arranjos bossa nova e da irregularidade de 2011. Sim, totalmente fora de foco e contra dizente a tudo que o grupo vinha construindo até aqui. Pois bem, eu já tinha certeza que, ou esse disco vinha com tudo ou não passava da primeira audição. Infelizmente a segunda hipótese prevaleceu. Não que o disco esteja ruim, muito pelo contrário. O problema é que foge totalmente do que costumamos associar referente ao pronome do grupo. O que é predominante em “Angles” predomina, também, na maioria dos trabalhos lançados de 2009 pra cá. Trata-se desses malditos arranjos eletrônicos usados indiscriminadamente e de forma abusiva, até. A aversão ao escutar certas faixas é notória. Por outro lado, as músicas que escapam fazem jus aos bons e velhos Strokes que estamos acostumados a ver e ouvir por aí. Tá, posso até dizer que gostei, mas só pelo fato de ter achado o disco mais consistente, e nada mais. Tido como um dos lançamentos mais impactantes de 2011, “Angles” deixou muito a desejar. Não em questão de conteúdo, mas em questão de qualidade. Tendo em vista que todos os singles estão exacerbadamente bem organizados, tanto quanto aos efeitos que estragaram o disco, diga-se de passagem, como quanto às guitarras, baixo, vocal e bateria que dão vazão aos poucos aspectos legais restantes do “Old Strokes Is This It”. Eu só espero que essa onda New Wave passe logo sob o cenário da Indie Music e vá embora, antes que os Strokes virem Beach Boys, lancem um “Surf's Up” em pleno século XXI e a moda pegue de vez.

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Foo Fighters - Wasting Light

Li alguns reviews de uns caras metidos a besta como eu, porém um pouco mais chatos e burros, ainda assim. O resultado, claro, foram as risadas e os palavrões de sempre. Pois bem, procurei uma maneira de falar desse disco sem me exaltar demais em elogios e. Falhei miseravelmente, pra variar. A decorrência desse disco já era mais que lógica e prevista; três dos quatro nirvana players de volta em um disco só, 17 anos depois da disseminação de uma das bandas mais influentes da historia da Grunge Music ao lado de Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains. "Wasting Light" vem com o mesmo desespero e a mesma afobação esquecida pelo grupo desde o “In Your honor” de 2005. O que mais me chamou atenção foi a regressão e a aversão à linearidade no que diz respeito à lógica evolucionista no trabalho de todo artista. Quero dizer que a última coisa que um artista ou uma banda pensa é em gravar numa garagem depois de tocar pra 85 mil pessoas no Wembley Stadium. Não que o disco tenha sido gravado em uma garagem, propriamente dita. Não. Mas soa como tal, do começo ao fim. Toda a temática construída pela banda até então cai por terra e volta ao inicio de tudo. Podendo, assim, chamarmos de a “Regressão Foo Fighters”. E quem disse que isso é algo desprezível? Nada é desprezível ou deconsiderável vindo desses caras. A volta às raízes do pós-grunge imaturo e afobado do meio da década de 90 se faz presente aqui, com força. Um dos responsáveis é Buth Vig, nada mais nada menos que produtor de um tal de "Nevermind" (...) O trabalho marca a volta de Krist Novoselic e, talvez, a confirmação concreta da reintegração de Pat Smear como guitarrista de apoio ao elenco. Embora a mesma ladainha de estigmatizar Dave Ghrol como mentor e peça que faz a diferença se repita incessantemente. Eu acho ainda que o disco é do Taylor Hawkins. Aliás, o compacto deveria se chamar Taylor Hawkins & Foo Fighters; fazendo uma analogia a seu trabalho solo. Audacioso demais fazer tal afirmação, mas é que talvez a bateria desse disco não tivesse o mesmo brilho nem mesmo com Dave à frente da mesma. Não obstante, a audição segue-se rápida e agitada, despercebendo, assim, o final. É que as músicas estão tão frenéticas e intensas que não há nada descartável. Por isso acaba com uma impressão de que poderia haver algo mais. Esse foi o pós-grunge mais consistente que já escutei, mesmo diante de toda a regressão e irregularidade dos autores. Regressão e irregularidade estas que, se não presentes, "Wasting Light" não estaria nem a metade do que está. Melhor disco do ano, até agora. Desculpa aí, Thom Yorke.

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Frejat - Amor Pra Recomeçar

A dinâmica é simples: Nada de Barão Vermelho aqui, por favor. Nada de Barão Vermelho e Cazuza, nada de Cazuza Feelings, nada de Rodrigo Santos e Barão Vermelho e nada de qualquer outra coisa que, por ventura, venha associar-se a Barão Vermelho. “A franqueza é a alma do negócio” – Por Minha Mãe. Esse disco é a prova escancarada de que a rebeldia e a porralocagem musical da década de 80/90 em relação a bandas como Paralamas, Titãs e Legião Urbana está morta. O Romantismo é a bola da vez no que diz respeito a Compositores solos que já pertenceram ao “G4” das bandas mais influentes na historia do Rock Nacional. O Frejat acertou o pulo nesse disco. Colocou até uns sambinhas e tal. Eu gostei, até. O começo vem carregado de sentimentalismo e palavras de amor, exageradamente. Depois, do meio pra o fim, as guitarras entram em execução, efetivamente, com uma afinação mais leve e menos carregada. Só ouvindo mesmo pra entender. Não obstante, a voz característica do compositor se faz presente do mesmo jeito, assim como a 20 ou 30 anos atrás, impressionantemente. Destaque pra “Amor Pra Recomeçar”, “Segredos” e “Quando o Amor Era Medo”. Ambas introduzindo o álbum. Eu gosto mais do Frejat solo do que atualmente, com o Barão Vermelho. Claro que a atual formação tem resquícios notórios em relação à influência da carreira solo do compositor. Mas não é o suficiente. Pra mim falta alguma coisa que se faz presente apenas no trabalho em questão. Contudo, com um inicio arrebatador e um final tímido, porém intimista “Amor pra Recomeçar” tem minha aprovação. E não; isso não é algo expressivo. É apenas minha aprovação.

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Arnaldo Antunes - Arnaldo Antunes ao Vivo Lá em Casa

Eu comecei a gostar do Antunes depois dos “Tribalistas”. Um Gênio, esse cara. E quem sabe não foi melhor mesmo ter seguido carreira solo. A liberdade musical é que desencadeia a essência do artista, afinal. Arnaldo Antunes, hora sambista, hora Folker, hora Chico Buarque, hora Arnaldo Antunes. Totalmente atípico no que faz e intrigante no que transmite, musicalmente falando. O disco em questão: Vamos lá. As instruções estão no título. A gravação quase que caseira e totalmente livre de quaisquer efeitos de masterização titulam o “Ao Vivo Lá em Casa” como um dos discos mais naturais e transparentes da Música Popular Brasileira. E outra: A preocupação em tornar o disco compacto e breve não existe. O mesmo é composto por vinte e cinco faixas. Se faz jus a uma espécie de compilação dos melhores hits da carreira do compositor. Várias obras se fazem presentes aqui. Completíssimo e demasiadamente viciante. Contudo, o disco conta ainda com participações especiais como: Erasmo Carlos, demônios da Garoa, Fernando Catatau e Jorge Bem Jor. Além da participação efetiva como guitarrista e back vocal de Edgard Scandurra; Ex-integrante da banda “Ira!”, bem como compositor solo, também. O trabalho me lembrou bem Marcelo Camelo, que diga-se de passagem, tá com trabalho novo vindo por aí. Enfim, pra quem não conhece o Antunes, comecem por esse disco aqui, que soa como uma espécie de Perfil ao vivo. Previsível se tratando de obras passadas de Arnaldo Antunes e, imprevisível, também se tratando de Arnaldo Antunes.

Fleet Foxes - Fleet Foxes

Fleet Foxes. Cara, eu me lembro que na época em que comecei a escutar Folk Music odiava essa banda. Não descia de jeito nenhum. Daí, fui amadurecendo e preparando o espírito pra escutar de novo. Hoje sou um doente viciado. Os fatores são vários. Mas o que mais me chama atenção é a semelhança, tal como, até mesmo a empatia do grupo em questão, quanto a outros artistas. Essa mesma semelhança pode concretizar-se em “Ragged Wood”, e sim, provarei: Ouçam o single citado a pouco postumamente à “Tuolumne”, inclusa na trilha sonora do filme Into The Wild; composta por Eddie Vedder e lançada como solo do cantor. A congruência é escancarada, principalmente no que diz respeito à introdução por parte do violão. E não para por aí. Soa meio ousado e audacioso, mas a obra ainda lembra trabalhos como os de Elliott Smith, Neutral Milk Hotel – Principalmente – e ainda: Kings of Convenience. Talvez eu tenha adquirido uma interpretação errônea e equivocada perante ao disco. Ou totalmente obstante a isso: uma intepretação adepta ao ceticismo, cuja qual levaram-se em consideração algumas possíveis influências passadas. Eu vejo o “Fleet Foxes”; Homônimo da banda, mais como uma compilação, um Soundbook de alguns dos artistas mais fodas do mundo, do que como um trabalho capaz de atribuir uma identidade impar a si mesmo. Contudo, o álbum é apaixonante, só que de difícil digestão.

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BB King & Eric Clapton - Riding With The King

Hoje eu acordei meio foda-se. Matei a aula de Psicodiagnóstico e dormi até às 11. levantei e vim pra cá, afim de ouvir umas velharias. A idéia era essa, sabe? Daí achei o “Riding With the King” que nem é tão velho assim; de 2000, se não me engano. Só uns 11 anos de idade. Se tratando da vertente musical a qual o compacto tá inserido, 11 anos de idade não condiz nem mesmo a idade de um bebê. Isso, claro, levando em consideração o ano de lançamento de clássicos como Muddy Waters, Bessie Smith ou os próprios trabalhos solo do centenário BB King, mesmo. Pois bem, o disco tá mais pra um Jump Blues meio Swing do que pra um disco de Blues, efetivamente. Tal descrição dar-se a influência musical pós-moderna já existente no começo do novo milênio. Obstante a isso, a veemência das nuances do Classic Blues de Chicago ainda é presente aqui , ditando compassadamente todo o desenrolar da obra. Embora o compacto esteja meio fora do contexto cultural da década de 70. No que diz respeito a abordagem musical do estilo. Existem alguns Singles que fogem um pouco desse paradigma, como por exemplo: “Ten long years”. Cara, sinceramente. Ouvir essa musica é desgarrar-se totalmente da temática imposta pelo dueto, nesse trabalho. Nela, as mesmas manias já tidas como “Clichês”, referentes aos arranjos musicais, resumem bem a falta de linearidade presente aqui. E o Eric Clapton? Bom o Eric tem sua essência baseada na Blues Music, né, cara? Pelo amor de Deus. Tá excelente. Claro que em menor grau, quando comparado ao mestre. Mas sensacional, mesmo assim. Parabéns Eric. Contudo, o disco acaba bem e é de uma consistência absurda. Os defeitos são ínfimos e sucumbidos pelos quase infinitos pontos positivos. Tanto quanto à composição como também quanto a elaboração e produção musical. Excelente! Mas também, né? Não dava pra esperar outra coisa.

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The National - Alligator

Eu não me canso de elogiar esse grupo. Matt Berninger; compositor e frontman do The National, é de um potencial incrivelmente absurdo. Sem contar a voz exótica, diferente de tudo que já ouvi. Aqui todo mundo manda bem. Os efeitos são demasiadamente bem pensados e sacados na hora exata. “Alligator”; terceiro e melhor disco da banda, na minha opinião, chutou de vez a carreira desses caras. De uma maturidade incrível e até precoce, se tratando da Indie Music contemporânea, o disco em questão descontrói qualquer crítica negativa em relação a si mesmo. Aqui, qualquer tentativa de emprego em relação a complementos de produção ou composição fracassa miseravelmente, Tudo é bem pontual, Sem afobação, tudo em seu devido lugar. O disco passa e você nem percebe, justamente por conta dessas tais características. A consistência e a praticidade faz desse compacto um dos melhores dentro de sua vertente musical. O que não é de se espantar, já que todos os trabalhos do grupo são digníssimos de elogios por parte de quem aprecia. Pra ficar ainda mais legal, eu recomendo, também, o “Boxer”; sucessor do Epônimo em questão e bem mais complexo que o mesmo. Nele é possível observar a constante e notória evolução do grupo, tanto por parte da produção quanto das composições que regem a obra. Pra quem quer acertar o pulo quanto a belas composições e produções inteligentíssimas, o “Alligator” é alvo fácil.

Phoenix - United

O “United” é o trabalho mais irregular do “Phoenix”. Soa como um sucessor mais evoluído de projetos antigos da banda, bem como uma prévia imatura do que viria a ser o melhor álbum Alternative Music de 2009; “Wolfgang Amadeus Phoenix”. Pois bem, o disco lembra muito a veemência de estilos clássicos, como o New Age e o irrefutável Blues de Chicago. É difícil demasiadamente descrever esse trabalho, porquê é tudo bem diferente. Nada segue uma sucessão lógica. A calma não presente no ultimo disco da banda dita as regras por aqui. Um calmante. O que mais intriga é o rompimento de toda uma construção conceitualista sobre o disco em “Party Time”; Single presente quase que no meio do disco. O que expõe bem a bipolaridade do trabalho do grupo em si. Até então, “United” se resumia apenas a músicas ditadas por teclados e um vocal intimista, lembrando bem um Pub Music clássicão, estilo Elvis Costello. Postumamente é possível notar uma explosão de saxofones e Back Vocals femininos entre os refrões que fazem jus a afirmação de que o disco externa bem vários estilos, dentre eles, as nuâncias do Blues Setentista. O expoente aqui, na minha opinião, se concentra no final da audição. O disco se torna tão bom do meio pro final, que até se esquece da irregularidade do mesmo. Pra quem não conhece a banda, acha-se normal. É recomendável que o “Alphabetical” venha primeiro que o disco em questão. Até mesmo para uma familiarização com o trabalho imposto pelo grupo. No mais, o “United” tá bem legal, não fosse a sua aversão à linearidade.

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Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience & Grace

Não só esse compacto, mas a obra toda do Dave frente ao Foo Fighters se resume, basicamente, em sagas acústicas, seguidas do pós-grunge que todo mundo que escuta a banda já conhece. Não obstante, esse disco aqui se torna um referencial quando as noções básicas são: batidas de violão junto a riffs de guitarra. Pra quem não conhece fica meio difícil entender mesmo. Acontece que depois do “Color and The Shape” a banda optou por adotar uma dinâmica diferente em relação à composição das melodias em suas canções. Em tese, a nova forma de trabalho seria suspeita por uma bipolaridade entre o acústico e o Hard Rock clássico em seus próximos discos. Comecemos observando, então, o “In Your honor”; de 2005. Nesse disco há duas vertentes distintas, por si só: a primeira se trata do pós-grunge já evidente da banda, e a segunda se trata de singles acústicos, que soam mais como anestésicos com o intuito de acalmar o final da audição. Bom, o “Echoes, Silence (...)” não foge dessa nova linha de produção. Mas o fato é que esse disco é bem mais conciso, e o fator é simples, óbvio e evidente: Aqui, Dave conseguiu unir, novamente, as duas vertentes ditas à pouco. Só que ambas em cada música, seguindo assim uma sucessão lógica. Ora, pois. Quase que hegemonicamente, as faixas seguem-se elaboradas por um começo acústico, seguido por uma explosão ditada pelo restante da banda. Tá aí, o pulo do gato. Contudo o trabalho é o mais maduro desde então e expressa abertamente a velhice de todos os integrantes, desde as introduções até as conclusões. As composições, no que dizem respeito às letras, também necessitam de ponderações, afinal são 20 anos de estrada e com isso; o desenvolvimento da famosa pegada Classic Music oriunda das bandas da década de 70/80. A maturidade musical, bem como a inteligência em encaixar as canções no tempo exato, resume bem a evolução do grupo e se faz muito presente no disco em questão. Um dos melhores que já mil vezes escutei.

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Sufjan Stevens - Illinois

Então, eu já havia feito um review do remixtape desse compacto aqui, lembra? Pois é. Dar pitaco aqui sobre esse disco é meio cansativo, porque ele é bem extenso e tal. São 22 faixas e algumas beiram os 6 minutos de execução. Contudo, os inconvenientes, nada gentis e chatos pra burro diriam que o Illinois ficou maçante e enfadonho. Eu, no âmbito de minha arrogância discordo plenamente, como de costume. E sem contar que esse é o melhor trabalho do Sufjan Stevens, né? Pelo amor de Deus. Enfim, a coisa toda tá bem concisa e prática. O autor vai direto ao ponto, quando o negócio é Folk Music de qualidade. Certo ele. Tudo aqui se resume a delicadeza e praticidade, sempre enaltecendo a beleza da obra em relação à voz do Sufjan, bem como o emaranhado de instrumentos que o acompanha. Os destaques desse disco são vários e os defeitos: ínfimos. Apontar uma faixa mais legal que a outra ou sei lá o que, seria audacioso demais. Porém, em particular, eu achei uma bem especial: “Jacksonville” é a música mais alegre do álbum e, em termos, ofusca um pouco a esquisitice e a melancolia transmitida por “John Wayne Gayce JR”; música inspirada em um serial killer da década de 70/80, diga-se de passagem. Pois bem, a abordagem do trabalho do Sufjan é bem óbvia. As composições são quase sempre relacionadas à fé e a família. Outro ponto a se considerar é a diferença desse trabalho em relação aos demais. Alguns outros trabalhos do músico são claramente influenciados pelo Lo-Fi Folk ou pela eletrônica Indie, mesmo. Esse aqui saiu meio que clássico instrumental e em partes isoladas assemelha-se bastante às vinhetas do Zack Condon, principalmente no que diz respeito aos instrumentos de sopro. Não obstante, a serenidade é a alma do compacto em questão, juntamente com todo o restante da obra do autor.

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The Black Crowes - The Southern Harmony and Musical Companion

Esse álbum soa mais como um Deep Purple adepto ao blues, ou até um Rolling Stones mais carrancudo, com aqueles vocais roucos e pungentes, entende? O disco é deliciosamente irregular, mas o Chris Robinson tem a manha do negócio. “Remedy”, “Thorn in My Pride” e “Black Moon Creeping” justificam a afirmação anterior por fugirem totalmente do contexto de elaboração das músicas presentes aqui. Isso não quer dizer, necessariamente, que ambas sejam ruins. Muito pelo contrário; não diria que são as melhores do disco, mas com certeza são as mais bem elaboradas em termos de produção de melodia em si, bem como em termos de composição quanto à letra. A irregularidade aqui, se faz presente quando escutamos o disco por completo. Em musicas como “No Speak No Slave” a assimetria com o restante da coisa é notória e escancarada. Outra música que pode-se exemplificar, em termos é “My Morning Song”. E o motivo? Bem, o motivo é simples; excluindo “Remedy” dessa concepção, juntamente com as demais citadas em conjunto com a mesma, as outras “assimetrias” classificam-se como obras inconfundíveis e fortemente enraizadas em trabalhos do primeiro disco da banda. Resumindo: “The Southern Harmony And Musical Companion” é marcado por uma transição musical da banda altamente significativa para o amadurecimento de trabalhos póstumos a esse. E se torna irregular, justamente por terem feito desse disco um trabalho bipolar, onde a primeira parte externa as raízes da banda na produção e composição das musicas e a segunda parte externa a abordagem da banda à novos horizontes, abordagem essa, bastante influenciada pela Blues Music. Graças a Deus.

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Beirut - The Flying Club Cup

Homérico e indiscutivelmente o melhor álbum folker dos últimos anos. “The Flying Club Cup” conseguiu desfarelar o paradigma de que música erudita e orquestral detém pouco espaço no mercado audiovisual. Eu acho o Zack Condon um dos maiores gênios já existentes em termos de composição e produção musical. Violinos, banjos, tambores, sanfonas e vinhetas com mais de 100 vozes compõem um trabalho brilhante e altamente bem sucedido. Sem contar que a voz do Zack é brincadeira, né? Perfeito em absolutamente tudo, o disco dispensa qualquer crítica, seja ela negativa ou complementar. A ordem das músicas tal como a abordagem cigana em sua composição, no que diz respeito aos instrumentos das mesmas, caiu como uma luva e soa como algo digno, a ser apreciado, excelente. Excelente! Eu rasgo ceda pro Beirut mesmo. Afinal de contas é impossível que alguém que tenha um pingo de discernimento lógico não goste da temática imposta por essa banda; muito instável, diga-se de passagem. A mesma se assemelha mais a um rodizio de artistas amigos de Zack. São músicos contratados por turnê e disco lançado. Sempre renovando o elenco, mas nunca perdendo sua graça. Pra quem não conhece Beirut, baixem esse disco aqui e prestem atenção na riqueza de detalhes imposta por tal. Detentor de uma complexidade tamanha, doce e calmo. Ínfimo e conceitualista nas mensagens que passa, “The Flying Club Cup” tem um posto no Top 10 dos melhores que já apreciei na vida. Com certeza. Lindo.

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Thom Yorke - The Eraser

O disco do Thom Yourke saiu bom. “The Eraser”; álbum em questão, teve quase que todos seus efeitos baseados no “Untrue” do Burial; um projeto de Ambient Music que adota efeitos sonoros rotineiros em seus trabalhos, como o barulho que uma bola faz quando cai no chão, sabe? Essas coisas assim. Pois então, eu achei o disco bem legal, mesmo. Desde a capa até “Cymbal Rush”; música que externa o término do trabalho. E só de pensar que assim que saiu o disco, eu falei pra um amigo meu: “A, cara. Esse CD aí deve sair meio supérfluo. O Thom tá todo “showman”, cheio de projetos (...), disco novo do Radiohead e tudo. Não deve prestar, não.” Blasfema minha. Claro que eu possa ter subestimado o talento de um dos nomes mais influentes da música alternativa e experimental dos últimos anos. Mas mesmo que eu tivesse uma boa impressão e até um certo otimismo antes do lançamento do disco, me surpreenderia do mesmo jeito. A veemência com que Thom produziu os efeitos, bem como as composições de “The Eraser” foi assustadora. Ouso dizer até mesmo, que gostei mais dele solo do que no Radiohead. É que esses trabalhos solos, cara, sempre soam não como um desabafo, mas como uma libertação do artista. Pois, são neles, que os mesmos encontram total liberdade de expressão musical, no que diz respeito a suas composições e ideias de produção. De todos os trabalhos paralelos que eu escutei na época em que saiu o do Thom, o “The Eraser” foi meu predileto. O disco te toca de forma tranquila, serena e sem afobação. Em termos, se assemelha aos discos do Frusciante. Perfeito para se ouvir em dias de chuva, o primeiro de uma leva (assim espero), está mais do que bom e tem-se pouco a evoluir.

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13 Melhores de 2010 | Spoiler

Então, a mesma ladainha: A ordem dos discos, tal como seu ano de lançamento, não possui nenhuma relação com o título. Esses discos, independentemente desses fatores, correspondem a meu critério. São discos ouvidos por mim no ano de 2010. Podendo assim ser antigos ou do ano de 2010 mesmo.

1º Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix

“Wolfgang Amadeus Phoenix” é totalmente diferente de seus antecessores. Mas totalmente, mesmo. Os efeitos eletrônicos por parte dos teclados e das guitarras validam a afirmação anterior. Sem contar que antigamente a banda levava seus álbuns numa pegada meio Wilco e tal. O presente é dançante, animado como antes, porém com uma abordagem totalmente inovadora. O álbum foi vencedor do Grammy de melhor disco alternativo e me agradou bastante. A novidade, agora, além da mudança de rumo da banda em relação à produção de seus discos, é o emprego de duas músicas instrumentais, movidas por sintetizadores e guitarras, somente. A produção desse álbum é monstruosa e bem prática. Objetivo, linear e veementemente inovador, “Wolfgang Amadeus Phoenix” explica porque o trabalho da banda se tornou imprevisível e positivamente mutável ao longo de sua discografia.

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2º Gorillaz – Plastic Beach

Esse disco sem dúvida nenhuma é o mais bem sucedido do Gorillaz; grupo virtual de Eletronic Music, ministrado por Damon Albarn, Vocalista da banda Britânica Blur. O que começou apenas como um projeto paralelo e despretensioso, logo tomou proporções gigantescas e se tornou uma das maiores referências da música eletrônica contemporânea. “Plastic Beach” é o penúltimo trabalho da banda e conta com participações especiais como Snoop Dog e Mos Def. A ordem das músicas no disco está excelente. No repertório, Damon fez questão de caprichar ainda mais nos sintetizadores, tudo em grande escala, porém empregado de forma não exagerada. Contudo, a produção está milimetricamente encaixada e a audição funciona como uma sucessão lógica do trabalho feito por Damon e Cia.

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3º Taylor Hawkins & the Coattail Riders – Red Light Fever

A evolução é notória. “Red Light Fever” embalou de vez a carreira solo de Taylor Hawkins e, de cara, emplacou novos singles como “Way Down”, “Not Bad Luck” e “Sunshine”. Bem mais conciso e claramente mais maduro, o novo disco do Baterista dos ótimos Foo Fighters, inova com back vocals femininos e um repertório ainda mais eletrizante que seu antecessor; o Homônimo Taylor Hawkins & Coattail Riders. Não obstante à afirmação anterior, podemos notar uma velocidade maior presente nas músicas do começo ao fim da audição do disco. Quanto ao vocal, excelente, diga-se de passagem. Gritos agudos e pungentes frisam ainda mais o trabalho. Diferente de seu antecessor, “Red Light Fever” está ótimo. Diferente pra melhor, é claro. Já que é inadmissível desmerecer o Homônimo da banda que também é excelente e altamente recomendado. Um dos discos mais legais e bem elaborados que escutei esse ano. Ótimo.

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4º Them Crooked Vultures – Never Deserved The Future

Formado por três das maiores personalidades da Rock Music; Dave Grohl, Josh Homme e John Paul Jones. Ambos residentes em bandas como: Foo Fighters, Queens of the Stone Age e Led Zeppelin, respectivamente. “Them Croocked Vultures” é um super grupo que tem influências de diversas vertentes do Rock n’ Roll, como o Stoner, o Hard e o Grunge. Pois bem, o primeiro trabalho da banda vem com um peso incrível e previsível, se tratando de quem são. A música de partida é “No One Loves Me Neither Do I”, seguida de “Mind Eraser No Chaser” e “ New Fang”. Essa última, o Single de trabalho do disco. A guitarra está suja e baixa, dando a impressão que teria sido gravada em um banheiro ou sei lá o que. De difícil audição, mas viciante quando familiarizada, “Them Croocked Vultures” deixa quem o escuta torcendo por uma sucessão.

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5º Marcelo Camelo – Sou

Um dos discos mais expressivos da Música Popular Brasileira Contemporânea. E se tratando de expressão, não poderíamos pensar outra coisa, quando o álbum em questão se resume a um componente da obra de Marcelo Camelo; eternizado na MPB e com composições fortemente enraizadas nos “Los Hermanos”: banda da década de 90 que revolucionou o cenário Indie Brasileiro. “Sou” tem participações pra lá de especiais, dentre elas, uma outra revelação nacional: Malu Magalhães, além de nomes já consagrados em manifestações culturais nordestinas como Dominguinhos. Contudo, o disco não foge muito da linearidade dos trabalhos passados realizados por Marcelo Camelo. Já era de se esperar que “Sou” viesse com calma e sem afobação. Discreto, consistente e gigantesco em sua qualidade, o disco acertou em cheio o bom humor da crítica e, na minha opinião, se tornou o elo entre a Jovem e a Velha Guarda da MPB.

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6º Mew - No More Stories Are Told Today, I'm Sorry, They Washed Away

Excêntrico ao extremo em sua elaboração, esse disco conta com a genialidade de Damon Tutunjian por trás de sua produção. De origem dinamarquesa, a banda veio e revolucionou quase que totalmente o cenário da Indietronic. Quase sem melodia e harmonia por parte dos recursos eletrônicos adotados pelos integrantes, “No More Stories Are Told Today, I'm Sorry, They Washed Away” tem sua bateria e teclado mais notórios que os mesmo recursos eletrônicos provocados pelos sintetizadores em larga escala, presentes em todas as composições, sem excessão. A audição se torna perturbadora por ser frenética e imprevisível. A banda foge do rótulo linear e previsível que é atribuído ao gênero Indie como um todo. Algumas vezes, comparado ao produtor áudio-visual Bibio, No More Stories Are Told Today, I'm Sorry, They Washed Away” é completo e não se importa com as concepções alheias sobre o mesmo.

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7º Monsters of Folk – Monsters of Folk

O Monsters of Folk se assemelha bastante à também banda de Folk Music; Department of Eagles. A semelhança não é atribuída apenas pelas composições, bem como a produção do álbum. Mas também pela formação de ambas. Assim como o Department of Eagles tem sua formação proveniente de dois integrantes da banda Grizzly Bear, o Monsters of Folk tem sua formação elaborada por dois integrantes de outra banda consagrada no cenário: a Bright Eyes. Conor Oberst ; que também tem seu selo independente, se juntou a Mike Mogis e a outros dois integrantes (M.Ward e Jim James), para o projeto. O disco soa bem Folker, mesmo, no começo. Do meio pro fim a banda se revela adepta a Country Music e nos lembra um pouco dos discos de Jhonny Cash. Filho único do quarteto, o Homónimo teve boa aceitação perante a crítica especializada. Fiquemos na torcida para que venham outros sucessores.

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8º The Cinematics - A Strange Education

As associações a trabalhos de grupos terceiros no que diz respeito a esse disco são infinitas. “A Strange Education” possui o vocal idêntico ao dos Kings of Leon e funciona como uma fusão entre Artic Monkeys, Interpol e Two Door Cinema Club. A afirmação que se molda ousada, mas se faz extremamente necessária para a compreensão do álbum, diga-se de passagem, externa, sintaticamente, todo conteúdo bipolar do trabalho; hora melancólico de mais, hora eufórico pra mais de metro e assim por diante. As características controversas fazem jus a seu próprio repertório, que é excelente. As guitarras ditam tudo, e com muita distorção. As músicas são intensas e se tornam um emaranhado de instrumentos. Tudo harmoniosamente em seu devido lugar. A disciplina, enquanto performance musical, é o que rotula “A Strange Education”. Por hora assemelhado a trabalhos já existentes e expressivos, porém detentor de uma identidade impar e adjetivado a rigor do que transmite.

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9º Suburban Kids With Biblical Names - #3

Com o vocal à lá “Kings of Convenience”, ora com back vocals embutidos, hora não. Os “Suburban Kids” priorizam solos de viola, refrões arrastados e repetidos, sintetizadores levemente empregados e muita animação. A forma com que o vocal executa as canções soa como cantigas folclóricas americanas, assim como o grupo a caráter: “The Clientele”. “3#” não tem de excêntrico somente o nome, aliás, se tratando da Lo-Fi, Music que tem como representantes os esquisitos do “TV on The Radio” não podemos esperar qualquer normalidade por parte das harmonias. Essa “esquisitice” que identifica as bandas do gênero e torna seus trabalhos únicos. Nesse disco não existe qualquer tipo de linearidade ou lógica. A regra aqui é ser imprevisível e livre no emprego de arranjos, sejam eles quais forem. A liberdade expressa a vontade do dueto e torna a audição do álbum divertidíssima. Devido a esses fatores o disco se torna sereno e inconsequente. Talvez tenha sido feito somente para a audição individual de seus executores.

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10º Forró in The Dark - Bonfires of São João

Detém representatividade da exposição de manifestações culturais brasileiras no exterior. Com participações de David Byrne e vários outros músicos americanos simpatizantes pela Música Nordestina, “Bonfires of São João” não se deixou influenciar pela cultura externa a nosso pais, nem tão pouco pela bagagem musical que seus integrantes possuíam. A mensagem é clara e objetiva, transmitir clássicos sertanejos com a pegada do grupo, nunca desvirtuando o que há de puro. Os toques eletrônicos na medida certa e os remixes fizeram com que o trabalho adotasse um certo grau de dinamismo em sua produção. Buscando até mesmo uma forma de entreter o ouvinte que não fosse brasileiro ao “novo” de nossa cultura. Tiveram como base o “Manguebit” em algumas canções; outra manifestação bastante fluente na década de 90. Outra novidade é o atributo de vocais em inglês, executando clássicos como Asa Branca, entre outros. Ótima ideia e excelente executável.

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11º Andrew Bird – The Mysterious Production of Eggs

Bom, eu sempre gostei do Andrew Bird. Depois desse Álbum, então... o clichê quanto aos compositores Norte-americanos nesse trabalho, no que diz respeito às baladinhas e tal é visível já no primeiro single do disco. O Piano é expressivo tanto quanto os violinos que compõem a introdução do repertório. Com calma e com uma voz, que por sua vez mede força com os demais instrumentos Andrew consegue, despretensiosamente, agradar que o escuta. Os assobios também deixam o disco mais legal. Com uma passagem leve e suave “The Mysterious Production of Eggs” tem de diferente só o nome. Previsível, comum e inadepto a detalhes, Andrew Bird fez do simples o belo.

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12º Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane Over The Sea

Esse álbum é antigo cara. De 98, até. Eu, sinceramente não gostei muito desse, não... Porém acho ele de uma consistência incrível, tanto por parte dos vocais quanto por parte de todo o resto de instrumentos que compõe um excelente trabalho, diga-se de passagem. Existem vários instrumentos de época, dentre eles as cornetas são as mais notórias. Exacerbadamente empregadas nas canções, as violas também marcam peso. A bateria é instável, há momentos de explosão junto a momentos de timidez, tudo de acordo com o que pedem as canções. “In the Aeroplane over the Sea” é muito profissional, tornando-se muito difícil acharmos uma falha, tanto em seu repertório ou composição, quanto a sua produção. “In the Aeroplane over the Sea” é de longe um dos melhores da época em seu estilo meio que indefinido. Country ou Folk. Fica a critério de quem se identificar mais com um ou com outro.

13º Parkway Drive - Horizons

O quinteto australiano, embora seja iniciante na cena, possui muitas boas críticas a seu trabalho. O segundo de uma discografia muito bem sucedida, “Horizons” não é apenas berros, palavrões ou manifestações de ímpeto de seus integrantes. As guitarras estão perfeitamente sincronizadas, a bateria, juntamente com o baixo e vocal formam uma verdadeira seqüência instável e variável, hora melódico demais, hora furioso demais. Os meninos do Parkway Drive diferem de qualquer outra banda do gênero. Pois, ao contrário de muitas, em que não consegue-se distinguir os sons emitidos pelos instrumentos e pelos vocais, fogem do dogma de que hardcore se resume apenas a uma baderna sonora sem qualquer nexo ou linearidade. Embora possamos levar tudo isso em conta, é necessário ouvir seu antecessor; “Don't Close Your Eyes”, para entendermos melhor a temática imposta pelo trabalho do grupo