Fleet Foxes - Fleet Foxes

Fleet Foxes. Cara, eu me lembro que na época em que comecei a escutar Folk Music odiava essa banda. Não descia de jeito nenhum. Daí, fui amadurecendo e preparando o espírito pra escutar de novo. Hoje sou um doente viciado. Os fatores são vários. Mas o que mais me chama atenção é a semelhança, tal como, até mesmo a empatia do grupo em questão, quanto a outros artistas. Essa mesma semelhança pode concretizar-se em “Ragged Wood”, e sim, provarei: Ouçam o single citado a pouco postumamente à “Tuolumne”, inclusa na trilha sonora do filme Into The Wild; composta por Eddie Vedder e lançada como solo do cantor. A congruência é escancarada, principalmente no que diz respeito à introdução por parte do violão. E não para por aí. Soa meio ousado e audacioso, mas a obra ainda lembra trabalhos como os de Elliott Smith, Neutral Milk Hotel – Principalmente – e ainda: Kings of Convenience. Talvez eu tenha adquirido uma interpretação errônea e equivocada perante ao disco. Ou totalmente obstante a isso: uma intepretação adepta ao ceticismo, cuja qual levaram-se em consideração algumas possíveis influências passadas. Eu vejo o “Fleet Foxes”; Homônimo da banda, mais como uma compilação, um Soundbook de alguns dos artistas mais fodas do mundo, do que como um trabalho capaz de atribuir uma identidade impar a si mesmo. Contudo, o álbum é apaixonante, só que de difícil digestão.

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BB King & Eric Clapton - Riding With The King

Hoje eu acordei meio foda-se. Matei a aula de Psicodiagnóstico e dormi até às 11. levantei e vim pra cá, afim de ouvir umas velharias. A idéia era essa, sabe? Daí achei o “Riding With the King” que nem é tão velho assim; de 2000, se não me engano. Só uns 11 anos de idade. Se tratando da vertente musical a qual o compacto tá inserido, 11 anos de idade não condiz nem mesmo a idade de um bebê. Isso, claro, levando em consideração o ano de lançamento de clássicos como Muddy Waters, Bessie Smith ou os próprios trabalhos solo do centenário BB King, mesmo. Pois bem, o disco tá mais pra um Jump Blues meio Swing do que pra um disco de Blues, efetivamente. Tal descrição dar-se a influência musical pós-moderna já existente no começo do novo milênio. Obstante a isso, a veemência das nuances do Classic Blues de Chicago ainda é presente aqui , ditando compassadamente todo o desenrolar da obra. Embora o compacto esteja meio fora do contexto cultural da década de 70. No que diz respeito a abordagem musical do estilo. Existem alguns Singles que fogem um pouco desse paradigma, como por exemplo: “Ten long years”. Cara, sinceramente. Ouvir essa musica é desgarrar-se totalmente da temática imposta pelo dueto, nesse trabalho. Nela, as mesmas manias já tidas como “Clichês”, referentes aos arranjos musicais, resumem bem a falta de linearidade presente aqui. E o Eric Clapton? Bom o Eric tem sua essência baseada na Blues Music, né, cara? Pelo amor de Deus. Tá excelente. Claro que em menor grau, quando comparado ao mestre. Mas sensacional, mesmo assim. Parabéns Eric. Contudo, o disco acaba bem e é de uma consistência absurda. Os defeitos são ínfimos e sucumbidos pelos quase infinitos pontos positivos. Tanto quanto à composição como também quanto a elaboração e produção musical. Excelente! Mas também, né? Não dava pra esperar outra coisa.

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The National - Alligator

Eu não me canso de elogiar esse grupo. Matt Berninger; compositor e frontman do The National, é de um potencial incrivelmente absurdo. Sem contar a voz exótica, diferente de tudo que já ouvi. Aqui todo mundo manda bem. Os efeitos são demasiadamente bem pensados e sacados na hora exata. “Alligator”; terceiro e melhor disco da banda, na minha opinião, chutou de vez a carreira desses caras. De uma maturidade incrível e até precoce, se tratando da Indie Music contemporânea, o disco em questão descontrói qualquer crítica negativa em relação a si mesmo. Aqui, qualquer tentativa de emprego em relação a complementos de produção ou composição fracassa miseravelmente, Tudo é bem pontual, Sem afobação, tudo em seu devido lugar. O disco passa e você nem percebe, justamente por conta dessas tais características. A consistência e a praticidade faz desse compacto um dos melhores dentro de sua vertente musical. O que não é de se espantar, já que todos os trabalhos do grupo são digníssimos de elogios por parte de quem aprecia. Pra ficar ainda mais legal, eu recomendo, também, o “Boxer”; sucessor do Epônimo em questão e bem mais complexo que o mesmo. Nele é possível observar a constante e notória evolução do grupo, tanto por parte da produção quanto das composições que regem a obra. Pra quem quer acertar o pulo quanto a belas composições e produções inteligentíssimas, o “Alligator” é alvo fácil.

Phoenix - United

O “United” é o trabalho mais irregular do “Phoenix”. Soa como um sucessor mais evoluído de projetos antigos da banda, bem como uma prévia imatura do que viria a ser o melhor álbum Alternative Music de 2009; “Wolfgang Amadeus Phoenix”. Pois bem, o disco lembra muito a veemência de estilos clássicos, como o New Age e o irrefutável Blues de Chicago. É difícil demasiadamente descrever esse trabalho, porquê é tudo bem diferente. Nada segue uma sucessão lógica. A calma não presente no ultimo disco da banda dita as regras por aqui. Um calmante. O que mais intriga é o rompimento de toda uma construção conceitualista sobre o disco em “Party Time”; Single presente quase que no meio do disco. O que expõe bem a bipolaridade do trabalho do grupo em si. Até então, “United” se resumia apenas a músicas ditadas por teclados e um vocal intimista, lembrando bem um Pub Music clássicão, estilo Elvis Costello. Postumamente é possível notar uma explosão de saxofones e Back Vocals femininos entre os refrões que fazem jus a afirmação de que o disco externa bem vários estilos, dentre eles, as nuâncias do Blues Setentista. O expoente aqui, na minha opinião, se concentra no final da audição. O disco se torna tão bom do meio pro final, que até se esquece da irregularidade do mesmo. Pra quem não conhece a banda, acha-se normal. É recomendável que o “Alphabetical” venha primeiro que o disco em questão. Até mesmo para uma familiarização com o trabalho imposto pelo grupo. No mais, o “United” tá bem legal, não fosse a sua aversão à linearidade.

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Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience & Grace

Não só esse compacto, mas a obra toda do Dave frente ao Foo Fighters se resume, basicamente, em sagas acústicas, seguidas do pós-grunge que todo mundo que escuta a banda já conhece. Não obstante, esse disco aqui se torna um referencial quando as noções básicas são: batidas de violão junto a riffs de guitarra. Pra quem não conhece fica meio difícil entender mesmo. Acontece que depois do “Color and The Shape” a banda optou por adotar uma dinâmica diferente em relação à composição das melodias em suas canções. Em tese, a nova forma de trabalho seria suspeita por uma bipolaridade entre o acústico e o Hard Rock clássico em seus próximos discos. Comecemos observando, então, o “In Your honor”; de 2005. Nesse disco há duas vertentes distintas, por si só: a primeira se trata do pós-grunge já evidente da banda, e a segunda se trata de singles acústicos, que soam mais como anestésicos com o intuito de acalmar o final da audição. Bom, o “Echoes, Silence (...)” não foge dessa nova linha de produção. Mas o fato é que esse disco é bem mais conciso, e o fator é simples, óbvio e evidente: Aqui, Dave conseguiu unir, novamente, as duas vertentes ditas à pouco. Só que ambas em cada música, seguindo assim uma sucessão lógica. Ora, pois. Quase que hegemonicamente, as faixas seguem-se elaboradas por um começo acústico, seguido por uma explosão ditada pelo restante da banda. Tá aí, o pulo do gato. Contudo o trabalho é o mais maduro desde então e expressa abertamente a velhice de todos os integrantes, desde as introduções até as conclusões. As composições, no que dizem respeito às letras, também necessitam de ponderações, afinal são 20 anos de estrada e com isso; o desenvolvimento da famosa pegada Classic Music oriunda das bandas da década de 70/80. A maturidade musical, bem como a inteligência em encaixar as canções no tempo exato, resume bem a evolução do grupo e se faz muito presente no disco em questão. Um dos melhores que já mil vezes escutei.

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