Narrow Stairs - Death Cab For Cutie

Não tão feliz nas mãos da crítica especializada, "Narrow Stairs" é diferente dos discos anteriores e foge um pouco da linearidade da banda quanto a suas composições. Admito que embora tenha gostado de ouvir esse álbum, achei ele meio fraco em relação aos demais anteriores. Porém é necessário levar em consideração algumas composições existentes aqui; como "Cath..." e "Grapevine Fires". A análise seguirá perante e quanto a essas duas músicas que, a meu ver, são a alma do disco. Ambas com clipes, composições e melodias sensacionais, fazem o contorno e preenchem o espaço em branco deixado pelas outras músicas. Eu não sei o que significa o nome do álbum, tão pouco o propósito do mesmo e nem faço a mínima questão de saber. O fato é que se essas duas mesmas músicas citadas a pouco não fizessem parte do disco, com certeza o próprio não estaria postado aqui. Ben Gibbard - vocalista da banda, além de ótimo compositor é um excelente roteirista. Tal afirmação deve-se ao alto nível dos videotapes de determinadas músicas. Todos Emocionantes e depressivos. A grande verdade é que conheci esses caras pela MTV. Estava assistindo quando começou aquele riffizinho de guitarra na intro de "Cath...", seguido de uma excelente performance. Todos são muito bem disciplinados tocando ao vivo, diga-se de passagem. Mas enfim, daí baixei o disco que tinha determinada música e fui escutar, quando descobri uma das músicas mais belas que já escutei e de composição mais excêntrica. O resto do repertório não é tão bom, mas podemos destacar ainda "the ice is getting thinner" fechando o trabalho. Com tudo, achei o disco bom e a resenha uma merda.

Grace - Jeff Buckley

Antes que, por ventura, venham a baixar esse disco. Ouçam "Songs To No One"; resultado da parceria entre Jeff Buckley e Gary Lucas. Tal ação se faz necessária devido as Demos de estúdio que o compõe, como por exemplo a versão original de "Monjo Pin" e "Grace"; Relíquias do compositor que, diga-se de passagem, não fosse sua morte precoce, teria se tornado um dos maiores compositores Norte-Americanos da história. Caracterizado por uma voz extremamente aguda e pungente, Jeff Buckley fez em um disco o que muitos artistas não conseguiriam fazer em uma discografia inteira. "Grace", como já havia exposto em uma resenha sobre um disco de Elliott Smith, é tão intenso quanto Either/or; outro álbum que, na minha opinião, é o mais pesado já produzido em termos de composições. Quando me refiro ao disco como pesado, não atribuo tal conceito enraizando-o ao senso comum. Me refiro a altíssima carga de sentimentos imposta, que faz com que um simples disco se torne uma tempestade de ímpeto. Tempestade essa que atinge quem o escuta e que faz o mesmo sentir-se sujeito a tal. Violões em alta escala, guitarras e belas composições fazem jus a qualquer crítica enaltecendo Jeff Buckley. Gênio da música americana e residente até hoje na historia da mesma. A meu ver "Last Goodbye" é uma das canções mais belas já elaboradas. Composta por violinos e uma bateria linda, porém simples e concisa, à la estilo Chad Smith. Sem falar nos agudos emitidos pela voz do compositor citados a pouco. De todos que estão aqui no Blog, com certeza esse disco é um dos mais belos. Recomendo que escutem e me agradeçam pelo presente.

XX - The XX

The XX é um grupo britânico, que por sua vez, tem vários singles emplacados em comerciais e mini-séries da inglaterra. Entre os tais estão "Intro" e "VCR"; ambos do disco em questão. Eu, particularmente, acho muito interessante a abordagem progressiva que o grupo adotou na elaboração desse trabalho. Principalmente no que diz respeito ao uso de um efeito semelhante a um efeito de clarinete ou a uma guitarra comum em composições da banda de Indie Music; Interpol. O disco é todo baseado em sintetizadores e vocais leves, que se encaixam em uma espécie de sucessão lógica. Em outras palavras, é possível dizer que as composições desse álbum sejam previsíveis ou apenas inadeptas à complexidade mesmo. Enfim, os singles são muito bem elaborados, desde sua composição até a elaboração das melodias empregadas aos tais. Entre os destaques do trabalho estão: "Intro", "VCR", "Shelter" e "Fantasy". Com todas a ponderações anteriores é importante ressaltar ainda que, o vocal do disco é duplicado, sendo hora feminino, hora masculino. Filho primogênito da banda, "XX" de cara já nos traz uma ótima impressão. Esperamos que haja uma continuação, quanto a discografia da banda. No mais, o primeiro álbum está sensacional. Altamente recomendado.

Clube de Esquina - Milton Nascimento e Lô Borges

Introduzido por um violão tímido e uma voz ínfima ao fundo em "Tudo que Você Podia Ser", clássico irrefutavelmente composto por Lô Borges, diga-se de passagem. "Clube de Esquina" marcou toda uma era na velha guarda da MPB nos anos 80. Semelhante ao disco de Caetano Veloso no ano de 69, intitulado com o próprio nome do compositor, o álbum em questão, nos trás vários sucessos e composições elaboradas especialmente para o compacto. Sucessos estes, que vem de uma longa e velha safra de canções de ambos os compositores, porém com uma essência rara, composta por sentimentos entrelaçados dos dois, que por sua vez, propiciam canções leves e melodias homéricas, que se tornam impossíveis de serem ouvidas sem ceticismo e paixão por parte de quem admira. A seleção das músicas, bem como a ordem das mesmas é milimetricamente calculada, causando assim uma sensação de continuidade de uma canção pra outra; tal afirmação se concretiza quando analisamos duas canções, uma seguida da outra, como por exemplo: "Um Girassol da Cor de Seus Cabelos" e "San Vicente". Claro que opiniões a parte, talvez haveria discordância, porém não deixa de ser uma análise válida, a ser levada em consideração (...) em relação as composições em si, baseiam-se em violões e percussões leves e eventualmente em rifs de guitarra com baixa distorção. Nada é demais, alto demais ou eufórico demais. É tudo simples, belo, essêncial (...) Não deveríamos entender "Clube de Esquina" como um esboço ou um disco completo, concretizado e imutável. Mas sim como uma expressão de sentimentos inacabada, algo em constante mutação a cada audição feita por quem exalta Lô borges e Milton Nascimento.